Quando amanheceu os raios de Sol ofuscaram meus sonhos. Por um momento, eu me perdi em meu próprio quarto, no outono singelo.
Timidamente, meus pés tocaram o chão. Mais um dia ameaçou ser o veneno da nostalgia, mas o veneno dos dias são os fantasmas das memórias.
Nossas vidas são feitas de vários ciclos. É tão normal nos afastarmos de algumas coisas, pessoas e lugares; É tão normal querermos sair do comum.
Certos dias eu paro e penso: "São todos iguais!", em outros eu penso que sou tão normal... Em alguns, não raro, o anacronismo ambulante.
Alguns porta-retratos continuam vazios.
Há uma caixinha escondida, no fundo de um armário, que guarda várias cartinhas de amigos e amores que nem sei mais onde estão - especiais, mas no presente indiferentes.
Consigo me imaginar daqui dez, vinte, trinta, cinquenta anos... consigo me imaginar estrela em um tempo que nada mais, nós aqui, seremos.
Lembro de coisas de cinco, dez anos atrás e me pego em pensamentos antiguados. "Onde eu estou, o que eu fui?". Volto mais de vinte anos atrás e aí vejo que nada era.
Lembranças... Lembranças e lembranças!
Ciclos que se fecham tão rapidamente... Ciclos que ficamos tontos. Ciclos no meio de um redemoinho. Ciclos em um jardim de vento.
Éramos invencíveis. Éramos os pintores do arco-íris. Éramos da cor dos sonhos...
Tínhamos a chave mágica, a mestra e a autorização de transformar desconhecidos em amigos.
Novos ciclos estão por vir. Separamos as chaves, escolhemos apenas uma cor do arco-íris e seguimos com nossa essência. Mudamos as rotinas para seguir o que chamam de Vida.
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