terça-feira, 29 de julho de 2014

II Semana do Livro Nacional de Caxias do Sul (fotos)


























































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Ainda sobre a II Semana do Livro Nacional de Caxias do Sul.

Crônica de Marcos Fernando Kirst que saiu no jornal Pioneiro. 

DE GELAR A ESPINHA
A julgar pela qualidade dos debates, pela pertinência dos temas abordados e pelo público que lotou as dependências que sediaram os encontros (a Livraria e Café Do
Arco da Velha e o Zarabatana Bar, do Centro de Cultura Henrique Ordov ás Filho), pode-se afirmar que foi brindada com sucesso a segunda edição da “Semana do
Livro Nacional”, programação de discussões literárias realizada entre quinta e domingo passados, promovida pelos apaixonados por leitura Samuri José Prezzi,
Greice Martinelli e Suzy Hekamiah. Reunindo escritores locais, editores, entidades e grupos v oltados à literatura e, principalmente, apaixonados por livros, o evento
consolida lugar entre as iniciativ as que constroem em Caxias do Sul um cenário pulsante privilegiado no âmbito da arte da escrita.
Uma vez que a literatura, enquanto manifestação artística, traz em sua essência intrínseca a capacidade de representar o mundo e suscitar a reflexão a respeito da
existência humana, não poderia ser outro o efeito nos participantes senão o de voltarem para suas casas abastecidos de temas para refletir. Entre vários pontos,
estacionei em uma questão lev antada por um trio de debatedores que ajudou a abrilhantar a tarde de sábado, quando os jovens escritores César Filho, Fernando Bins
e Suzy Hekamiah debateram o tema “Literatura Gótica e de Terror”. Conforme compartilharam com o público, um dos maiores desafios que se impõem hoje aos
autores de histórias de terror é como causar genuinamente a sensação de medo nos leitores, uma vez que vivemos em um mundo em que o horror e o espanto são
causados pelo próprio cotidiano da vida real?
Boa e pertinente pergunta. Como competir com a realidade? Como conceder a v ampiros, lobisomens, múmias, mortos-viv os, fantasmas e demônios o poder de
v oltarem a arrepiar as penugens de nossos pescoços quando os calafrios nos são prov ocados diuturnamente pela ação de corruptos de todos os naipes que desviam
verbas públicas destinadas à saúde e à alimentação para seus próprios bolsos, ou de criminosos que destroem o futuro de gerações traficando drogas cada vez mais
letais, ou de assassinos transtornados pelo crack que nos espreitam na chegada de casa dispostos a matar a troco de qualquer coisa que lhes sustente o acesso ao vício,
ou do descompromisso de autoridades que deixam as estradas se transformarem em ciladas esburacadas a ceifarem as vidas das famílias e dos trabalhadores e muitos
outros monstros e atos monstruosos que se acotovelam nos noticiários da vida real todos os dias?